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Isabel Salviano

Você sabia que existem dois tipos de foco que influenciam nossa percepção de nós mesmos?

Foto: @tayllafoto

Foco Narrativo e Foco Experiencial: entenda como eles afetam sua autopercepção.

No foco narrativo, nossa atenção se volta para autoavaliações, que frequentemente nascem de feedbacks – reais ou imaginários – que recebemos dos outros. Essas autoavaliações tendem a se transformar em julgamentos rigorosos, que podem minar nossa autoestima. Esse foco nos leva à busca excessiva por respostas à pergunta: “O que os outros estão achando de mim?”

O foco experiencial envolve prestar atenção às sensações e percepções internas, como o som de uma inspiração, a sensação de um sentimento, ou o calor de uma emoção. Ele nos conecta ao que está acontecendo agora, sem julgamentos.

O foco experiencial é valioso, pois permite que nos “desliguemos” de anseios, expectativas e possíveis frustrações que geram antecipação de sofrimentos potenciais. Ele atua fortalecendo nossa conexão com o presente.

Você conhece o Mindfulness?


É uma ferramenta interessante para exercitar o foco experiencial. O mindfulness é uma técnica que tem como objetivo voltar nossa atenção plenamente para o presente, treinando o cérebro a observar pensamentos sem se prender a eles, promovendo o foco experiencial. Nesse foco, não interpretamos nossos pensamentos como “verdades”, mas como eventos temporários que vão e vêm.

Aprender a alternar entre foco narrativo e experiencial é uma habilidade valiosa. Essa prática pode se tornar um antídoto poderoso contra o nosso instinto de comparação e autojulgamento, que causam os altos e baixos da autoavaliação. Desenvolve a capacidade de observar e redirecionar nossos pensamentos, nos afastando do “caldeirão paranoico e confuso” do modo “quem sou eu para o outro”, proporcionando uma perspectiva mais serena, razoável e livre.

Assim como outras habilidades, a prática do mindfulness está diretamente relacionada à quantidade de tempo e dedicação investidos. Quanto mais praticamos, mais desenvolvemos a atenção plena. Como o mindfulness é uma habilidade essencial para reduzir preocupações com autoavaliação e despertar nosso “primata interior” atento e consciente, dedicar tempo a essa prática pode trazer benefícios profundos e duradouros para nosso bem-estar psicológico.

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