As pessoas vivem, cada vez mais, em busca de “Paz de espírito”: uma sensação capaz de unir tranquilidade, paz e serenidade. É uma demanda muito atual. Como alcançá-la é a questão.
Parece clichê, mas acredito que a “aceitação” seria um pré-requisito essencial. Encarar o mundo e aceitar nossa condição finita, nossa fragilidade, nossa pequenez… aceitar (e compreender) nossa incongruência e inconformidade frente a nossos ideais e desejos. Permitirmos nos defrontar com essas incongruências, entendê-las, para então podermos fazer escolhas convictas e autênticas, e sobretudo, arcarmos com elas. Isso é autoconhecimento.
Esse autoconhecimento pode ser bem complicado em uma sociedade focada na hiperprodutividade, com exigências que não se cansam de tentar “calar” qualquer manifestação legítima que fuja de suas determinações.
É preciso ainda aceitar a imprevisibilidade e a impossibilidade de controle do desfecho dos acontecimentos. Agir de acordo com suas escolhas e convicções, e entender que o que acontece a partir disso depende de variáveis não completamente mensuráveis e, tão pouco, controláveis. Não há garantias…
“Aceitação e compromisso” é um exemplo de abordagem da Psicologia que trabalha o confronto, muitas vezes difícil, com a realidade que se apresenta. Se autoconhecer é um caminho necessário, passando por se desalienar, para poder, assim, se assumir e se apropriar das suas escolhas.
Isabel Salviano