Vivemos os tempos das redes sociais, onde todos postam o belo, a felicidade, o prazer… Seria uma maquiagem para esconder verdades? Verdades não tão belas, felizes ou prazerosas? Onde está a dor e o desprazer? A verdade é aquilo que todos já sabem ou pelo menos desconfiam: é impossível construir uma vida humana sem sofrimento. Enfrentamos perdas, perturbações, dores físicas e psíquicas. Qual escolha temos diante dessa realidade que insiste em bater em nossa porta?
Cada um escolhe um caminho, uns tentam ignorar (negar a si mesmo), alguns se entregam ao sofrimento agarrando-o como estrutura de suas vidas, outros enfrentam com raiva, projetando e criando inimigos alheios. Não há de se querer construir uma ditadura de um jeito único e universal para esse relacionamento entre humanos e sofrimento. No entanto, enquanto seres de linguagem, podemos sentir, analisar e refletir diante dos diferentes momentos de dor.
Conhecer sua posição de sujeito nesta equação, se implicar e assumir sua participação neste contexto, decidindo que caminhos traçar a partir disso. E, ao fazer escolhas, se responsabilizar por suas decisões. A psicologia por meio do processo terapêutico busca auxiliar durante essa trajetória, propondo olhos mais abertos e atentos aos possíveis caminhos a serem trilhados. Mas nunca eximindo o indivíduo de fazer e assumir aquilo que deseja se tornar.
Isabel Salviano
08 de fevereiro de 2023
